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SUS e telecuidado: proximidade real mesmo quando a distância é física

SUS e telecuidado representam uma combinação poderosa para aproximar equipes de saúde e cidadãos em um país de dimensões continentais. Conforme expõe Ian Cunha, quando a tecnologia é usada de forma inteligente, ela não substitui o encontro humano, mas amplia o alcance do cuidado e reduz barreiras de tempo, deslocamento e custo. Proximidade mesmo quando distante deixa de ser promessa abstrata e passa a ser uma prática concreta de gestão, escuta e acompanhamento contínuo.

Ao integrar teleconsultas, telemonitoramento, orientações remotas e troca segura de informações, o SUS ganha novas camadas de capilaridade. Comunidades que antes dependiam apenas de deslocamentos longos passam a ter acesso a profissionais em outros pontos da rede. Leia mais e entenda:

SUS e telecuidado como nova porta de entrada do cuidado

SUS e telecuidado podem funcionar como uma porta de entrada mais organizada para o sistema, especialmente na Atenção Primária. Em vez de lotar unidades com demandas que poderiam ser resolvidas de forma remota, o teleatendimento ajuda a filtrar casos, orientar condutas iniciais e direcionar o usuário ao nível de atenção adequado. De acordo com Ian Cunha, essa triagem inteligente reduz filas desnecessárias, melhora o uso dos recursos físicos e dá mais previsibilidade ao trabalho das equipes.

A conexão que cura: o telecuidado no SUS como ponte eficiente entre profissionais e pacientes — por Ian dos Anjos Cunha.
A conexão que cura: o telecuidado no SUS como ponte eficiente entre profissionais e pacientes — por Ian dos Anjos Cunha.

Além disso, o telecuidado permite acolher o cidadão no momento em que a dúvida surge, e não apenas quando ele consegue se deslocar até a unidade. Isso vale para sintomas agudos leves, renovação de receitas, acompanhamento de condições crônicas e esclarecimento de orientações pós-consulta. Quando o usuário percebe que pode ser ouvido e orientado à distância, cresce a confiança na rede e diminui a tendência de buscar soluções improvisadas ou automedicação, o que também reduz riscos à saúde.

Acompanhamento contínuo e preventivo

SUS e telecuidado ganham relevância especial no acompanhamento de pessoas com doenças crônicas, idosos, gestantes e outros grupos que exigem vigilância permanente. Consultas remotas periódicas, monitoramento de sinais básicos e envio de lembretes sobre medicação ou exames ajudam a reduzir descompensações e internações evitáveis. Como elucida Ian Cunha, essa lógica desloca o foco do sistema: em vez de reagir apenas às crises, o SUS passa a trabalhar mais fortemente na prevenção e na gestão do risco.

Outra vantagem é a possibilidade de registrar, de forma estruturada, dados gerados no dia a dia do paciente, e não apenas nos momentos de consulta presencial. Pressão arterial, glicemia, peso, sintomas recorrentes e adesão ao tratamento podem ser acompanhados com maior frequência. Com isso, as equipes conseguem identificar padrões, ajustar condutas com mais agilidade e intervir antes que o quadro se agrave. O telecuidado, assim, apoia não apenas o indivíduo, mas toda a lógica de vigilância em saúde.

Gestão de equipes, dados e territórios

SUS e telecuidado também transformam a forma como gestores e profissionais organizam o trabalho nos territórios. Plataformas integradas permitem distribuir melhor agendas, combinar atendimento remoto e presencial, compartilhar informações entre diferentes pontos da rede e evitar retrabalho. Assim como destaca Ian Cunha, quando indicadores de teleatendimento são acompanhados em tempo real, fica mais fácil entender onde estão as maiores demandas e quais equipes precisam de reforço ou reorganização.

Em nível de território, o telecuidado ajuda a enxergar tendências: aumento de sintomas respiratórios, maior procura por apoio em saúde mental, quedas na adesão de grupos específicos a tratamentos e vacinas. Essas informações, quando transformadas em painéis e análises, apoiam decisões de gestão mais rápidas e embasadas. Em vez de agir apenas na percepção, o gestor passa a decidir com base em evidências, direcionando campanhas, capacitações e recursos para onde o impacto será maior.

Proximidade como estratégia de futuro

Em síntese, SUS e telecuidado não são apenas uma resposta pontual a momentos de crise; representam uma mudança estrutural na forma de organizar o cuidado em saúde. Segundo Ian Cunha, o desafio não é apenas “colocar vídeo na consulta”, mas garantir que esse modelo esteja alinhado a protocolos clínicos, segurança da informação, humanização da comunicação e integração com o prontuário do usuário. Quando isso acontece, a distância geográfica perde força como barreira de acesso.

Autor: Sergey Semyonov

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