O esporte como política pública tem ganhado cada vez mais relevância nas discussões sobre inclusão, saúde e cidadania. Bruno Garcia Redondo, procurador e professor da UERJ destaca como promover o acesso à prática esportiva de forma ampla e equitativa é uma estratégia eficaz para transformar realidades sociais, reduzir desigualdades e fortalecer valores coletivos. Mais do que uma ferramenta de lazer, o esporte é um direito que deve ser garantido por meio de políticas públicas bem estruturadas.
Investir no esporte como política pública não é apenas apoiar atletas de alto rendimento. É oferecer condições para que crianças, jovens, adultos e idosos encontrem, na atividade física regular, um caminho de bem-estar, convivência e desenvolvimento social.
Esporte e inclusão: oportunidades para todos
Uma das maiores contribuições do esporte na esfera pública está na sua capacidade de incluir. Em comunidades vulneráveis, projetos esportivos gratuitos funcionam como alternativas saudáveis ao tempo ocioso, contribuindo para a prevenção de violências e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
De acordo com Bruno Garcia Redondo, programas esportivos voltados a crianças e adolescentes em situação de risco social ajudam a desenvolver disciplina, autoestima e habilidades de cooperação. Além disso, o incentivo ao esporte adaptado também amplia o acesso para pessoas com deficiência, promovendo igualdade de oportunidades e reconhecimento das potencialidades de cada indivíduo.
Promoção da saúde e qualidade de vida
A prática esportiva está diretamente ligada à saúde da população. Atividades físicas regulares ajudam na prevenção de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e depressão, além de melhorarem o condicionamento físico e a saúde mental.
Conforme ressalta Bruno Garcia Redondo, políticas públicas que integram esporte e saúde são especialmente eficazes em ambientes urbanos, onde o sedentarismo e o estresse afetam grande parte da população. A criação de academias populares, centros de convivência e parques com infraestrutura esportiva são exemplos de ações que promovem saúde e bem-estar com baixo custo e grande impacto social.
Esporte como ferramenta de cidadania e pertencimento
Além dos benefícios físicos e sociais, o esporte também desempenha um papel importante na construção da cidadania. A prática esportiva ensina regras, respeito ao outro, resiliência e senso de coletividade. Quando inserido em ambientes públicos, torna-se um espaço democrático de convivência, aprendizado e engajamento social.
Segundo Bruno Garcia Redondo, iniciativas esportivas com participação comunitária promovem o protagonismo de lideranças locais e o fortalecimento do sentimento de pertencimento. Torneios de bairro, oficinas esportivas em escolas e centros comunitários, quando bem organizados, estimulam a cooperação e a responsabilidade coletiva.
Avanços e desafios nas políticas esportivas
Apesar de seu potencial transformador, o esporte ainda enfrenta desafios quando o assunto é política pública. Falta de investimento contínuo, ausência de políticas de longo prazo, infraestrutura inadequada e escassez de profissionais qualificados dificultam o pleno desenvolvimento das ações.
Bruno Garcia Redondo enfatiza que o fortalecimento institucional das secretarias de esporte e o alinhamento com outras áreas, como educação, saúde e assistência social, são fundamentais para garantir resultados duradouros. A criação de planos municipais e estaduais de esporte com metas, indicadores e participação social é uma medida estratégica para garantir avanços concretos.
Caminhos possíveis para ampliar o impacto
Para que o esporte cumpra seu papel como política pública de forma efetiva, é necessário adotar uma visão integrada, que leve em conta as especificidades de cada território. A articulação entre governos, escolas, organizações sociais e setor privado pode potencializar os resultados e democratizar o acesso. De acordo com Bruno Garcia Redondo, experiências bem-sucedidas em diferentes regiões mostram que é possível transformar o esporte em uma ferramenta de impacto coletivo, desde que haja compromisso político, planejamento e participação da sociedade civil.
Autor: Sergey Semyonov
